A polícia encontrou na tarde desta quinta-feira 15 crânios, um corpo de uma criança sem cabeça, um corpo de um adulto sem pernas, alguns fetos e um tonel com partes de corpos humanos no jardim da Universidade São Marcos no Ipiranga, zona sul de São Paulo. Ao menos um dirigente da universidade foi detido e encaminhado à sede do DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) para prestar esclarecimentos.
Segundo o delegado Jorge Carrasco, um coordenador da universidade disse, em depoimento, que os corpos eram do curso de biomedicina e que, diante da necessidade de desativar o laboratório de anatomia, pediu para que o zelador enterrasse os materiais no jardim.
A reitora da São Marcos, Maria Aurélia Varella, está sendo ouvida na noite de hoje.
"Essas ossadas devem ter sido tiradas de algum lugar. É um desrespeito humano, religioso, e é inadimissível que isso ocorra", disse Carrasco. O delegado ainda afirmou que a universidade deverá responder, entre outros crimes, por ocultação de cadáver.
Segundo o professor de bioética da Faculdade de Medicina da USP, Reinaldo Ayer, o procedimento adotado pela São Marcos difere dos adotados pelas instituições de ensino. "Normalmente, esses restos mortais doados para as universidades são enterrados em cemitérios ou cremados", diz.
A operação pegou os estudantes da São Marcos de surpresa, já que as aulas foram suspensas de hoje até segunda-feira (4) para que sejam realizadas investigações no local.
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