A empresária Márcia Pelegrini, 31, foi escolhida pela quadrilha para levar a suposta bomba à joalheria Guerreiro porque tem o perfil das clientes das lojas da rua Oscar Freire, centro comercial de alto padrão nos Jardins (zona oeste de São Paulo).
"Você vai a um lugar onde, provavelmente, está acostumada a ir", disse um dos ladrões, segundo relato da empresária, quando ela foi abordada numa rua do Morumbi.
Segundo a gerente da loja, Lilian Gomes de Almeida, 36, quando a empresária entrou na loja, nenhum funcionário -mesmo o segurança- desconfiou, porque ela estava vestida elegantemente e parecia uma "cliente habitual".
"Ela tem um perfil de pessoa que estamos acostumados a atender", disse Lilian.
Para policiais, ela foi escolhida exatamente por ter o perfil dos frequentadores da região, o que não criaria nenhuma desconfiança do forte aparato local de vigilância.
A Folha apurou que os comerciantes da região da Oscar Freire têm reclamado de roubos e furtos e têm, inclusive, orientado os clientes a não ostentar produtos caros, como joias, fora das lojas.
A Guerreiro, porém, está instalada há sete anos na esquina da Oscar Freire com a Haddock Lobo e nunca havia sido assaltada, diz a gerente.
INVESTIGAÇÃO
Ontem, a polícia ouviu os depoimentos da empresária e da funcionária que falou ao celular com um dos ladrões. Ninguém havia sido preso.
Um dos desafios da Polícia Civil será encontrar a quadrilha sem utilizar nenhum dado do aparato de segurança que a loja ostenta, já que os ladrões não foram vistos.
Nas imagens do circuito interno, os funcionários e o segurança tiveram contato apenas com a empresária.
Durante a ação, a funcionária que falava ao telefone com o assaltante chorou e foi alertada pelo ladrão, que disse que podia vê-la, porque estava "do outro lado da rua".
Até ontem à noite, no entanto, não havia nenhuma testemunha que tivesse visto qualquer integrante do grupo e pudesse ajudar a polícia.
Abaixo, segue uma imagem recriando a ação:
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