A marcha da maconha começou por volta das 16h20 na região central de São Paulo. Vale ressaltar que o horário foi escolhido porque é mundialmente associado ao consumo e às manifestações em prol da droga.
Sob o lema de "Basta de guerra: por outra política de drogas", a marcha pretende reunir ao menos 5.000 pessoas — mesmo número de participantes do evento do ano passado, que terminou em confronto com a polícia. No início da marcha, a Polícia Militar estimava a presença de 1.700 pessoas.
Policiais que estão no local desde o início da tarde avisaram aos organizadores que serão permitidos cânticos e palavras de ordem, mas não o consumo de maconha durante o protesto.
A Marcha ocorre após uma decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), de novembro, que permitiu manifestações pela legalização da droga.
A PM diz que vai atuar para garantir os limites estabelecidos pelo STF: é proibido "incitação, incentivo ou estímulo ao consumo de drogas" e crianças e adolescentes não podem ser "engajados na marcha". A PM também afirma que acordo entre a Promotoria e a prefeitura proíbe eventos como a marcha na Paulista, mas que vai atuar para garantir o "direito ordeiro de manifestação".
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) diz que também não foi informada sobre o evento, por isso não elaborou esquema prévio para o trânsito. Mas a companhia está atuando na região da marcha com um plano de contingência, que tem acompanhamento de agentes, bloqueios e desvios, além de orientação aos motoristas e pedestres. (é interessante ressaltar que, no dia 17 desse mês, a Folha de SP fez uma reportagem com o título "Marcha da Maconha Será Realizada no Sábado, em São Paulo". Como a CET pode justificar a ineficácia das medidas de trânsito afirmando não saber da marcha se esta foi amplamente divulgada?).
Reflexão: diante de tamanha injustiça social e corrupção entre os nossos políticos (basta abrir o jornal para deparar-se com o Caso Cachoeira, ou relembrar a história do nosso país), uma marcha em prol do consumo de drogas reúne um contingente maior de pessoas e jovens do que qualquer manifestação de cunho político. Em outros países, como nos Estados Unidos, se pode acompanhar o chamado "Occupy Wall Street", reação da juventude (e também daqueles engajados políticos mais velhos) ao sistema socio-econômico desigual e excludente que norteia o país e o mundo. Desde agosto de 2011, vemos a Primavera Árabe desenrolar-se e gerar grandes mudanças, até mesmo em países de democracia reduzida.
O direito a manifestações é inerente aos cidadãos e não se pode reprimir marchas como a da Maconha, e nenhum outro tipo de marcha pacífica. Mas até quando nos manteremos alienados ao que acontece na nossa Câmara de Deputados ou no Senado? Até quando o povo brasileiro fechará os olhos e aceitará a pesada carga tributária que não se reverte em melhorias sociais? É sempre bom ver pessoas unidas em torno duma causa que consideram digna, porém, é preciso que seu objetivo seja claro e beneficie toda a população, visando acarretar mudanças reais para que realmente dêem certo.